Tuesday, November 29, 2005

 

LENGA-LENGA COLORIDA

LENGA-LENGA COLORIDA




O Jack é um tipo catita
Ser catita é muito “cool”
Teve uma ideia bonita
De pintar o céu azul


E pintar as árvores verdes
E as casas amarelas
As casas têm paredes
Mesmo “cool” são as janelas

Queria pintar as rosas
Vermelhas, tão bonitinhas,
Cuidado com os espinhos
Das rosas e das sardinhas

Para pintar de cinzento
As ruas do seu lugar
Não podia ao mesmo tempo
Pintá-las com o luar

Para pintar as laranjas
Tão doces e sumarentas
Precisava da cor delas
Laranja, que ciumentas!


Precisava do lilás
Para pintar violetas
Precisava de castanho
Para pintar as gavetas

Para pintar tanta coisa
Era preciso papel
E se para pintar há tinta
Também é preciso pincel

Mas o Jack apenas tinha
Um tubo de tinta branca
Para pintar uma andorinha
Faz falta a tinta preta

O Jack falou ao Joe
Das cores que precisava
E o Joe ouviu e foi
Buscar a cor encarnada


No caminho viu o Jeff
Olá! Ainda bem que estás por cá
O Jack não é o chefe
Mas quer amarelo, já!

O Jeff tinha amarelo
E também tinha um pincel
Era preciso um tubo azul
Quem o tinha era o Miguel


A Rita que estava perto
Ouviu e disse ao Miguel
Se o Jack é tão esperto
Eu tenho preto e papel

Disse o Jack, satisfeito,
Assim mesmo é que é bonito
Cada um dá o que tem
E pinta o seu bocadito

O Jack pintou de azul
Um céu limpo, iluminado,
O Jeff disse ao Miguel
Falta verde para o relvado

O Jack que estava atento
Tratou logo de dizer
Onde há azul e amarelo
O verde vai aparecer

De vermelho e amarelo
Se vestem os laranjais
Por entre o verde das folhas
Com verde pinto os pinhais

Para este mundo pintar
De muitas cores e alegria
Só é preciso juntar
Amizade e fantasia

Saturday, November 26, 2005

 

O MISTÉRIO DO TIERPARK


Há dias fomos todos ao Tierpark, na Suíça, ali para os lados de Luzern.

O Tierpark é um Zoo em ponto pequeno mas muito arranjadinho, como todas as coisas na Suíça, aliás.

No Tierpark há, sobretudo, corças e veados, que se passeiam livremente pelo parque e vêm até junto dos visitantes para que estes as acariciem e lhes dêem comida. Também tem outros animais mas são as corças e veados que estão por toda a parte.

Também por todo lado se vêm rochas muito grandes e aparentemente estranhas.

A primeira coisa que o Jack fez quando entrou no parque foi ir observar os rochedos. O Jack tem uma predilecção especial pelas rochas, fica sempre espantado como é que coisas tão grandes e tão pesadas possam ter chegado aonde estão.

Na Serra de Sintra, próximo da casa dos avós do Miguel e da Rita, por exemplo, há rochas enormes mesmo no cimo dos montes, ás vezes estão mesmo em cima umas das outras. Quem foi o gigante que as levou para ali? interrogou-se o Jack quando as viu pela primeira vez. No Castelo dos Mouros as muralhas foram construídas em cima de rochas gigantes, de modo que nenhum invasor podia entrar no Castelo sem enfrentar as rochas. Aliás, foi por essa razão que lá construíram o Castelo.

No Tierpark, as rochas são enormes como as de Sintra, mas não são iguais às de Sintra, concluiu o Jack logo que as observou de perto.
E disse para o irmão, o Joe: Joe, estas rochas não são naturais!

?

O Joe não disse nada, aliás o Joe não estava com muita atenção ao que o Jack dizia, estava a olhar para os ursos, uns ursos enormes, mas não tão grandes como as rochas. De qualquer modo, reconheceu o Jack mais tarde, embora as rochas sejam enormes as pessoas que vão ao parque, vão lá para ver os ursos, a os linces, os mochos, aliás havia lá mochos muito “cool”, um deles era quase todo branco e estava muito quieto, só rodava a cabeça de vez em quando, parecia um farol a olhar calmamente à volta. São poucos os que reparam nas rochas.
Joe! Repara nisto: estas rochas são formadas por seixos, conchas, pedras de todas as cores, tamanhos e feitios – continuou o Jack, entusiasmado com a descoberta.

O Jeff não partilhava os entusiasmos do irmão, abanava com a cabeça a concordar, não se fosse o Jak aborrecer com o seu pouco interesse pelas descobertas dele. Entretanto, apareceu o Joe. O Joe vinha entusiasmadíssimo com o que vira no lago: patos de todas as cores e tamanhos e chamou os dois irmãos para irem até ao lago com ele. O Jeff foi, o Jack não, entretido como estava com o mistério das rochas do Tierpark.

De cada vez que olhava para as rochas mais intrigado estava o Jack: Quem é que construíra aquelas rochas, porque é que as construíra, como é que as levara para ali, eram questões que ele punha a si próprio mas não sabia responder.

Foi quando apareceu um contador de histórias que andava a visitar o parque com os netos.

O Joe e o Jeff já tinham voltado do lago, o Jeff para dizer alguma coisa sobre as rochas que encantavam o Jack disse:

- Quanto a mim estas rochas foram feitas pelos suíços. Como queriam fazer um parque na montanha e pensavam que as rochas faziam falta ao parque, construíram-nas!
O Jack pensou que o Jeff tinha razão, ele estava a pensar no mesmo.

O contador de histórias tinha-se, entretanto, aproximado do grupo de amigos e disse:

- Estás enganado Jeff , quando estas rochas foram aqui colocadas ainda não existiam suíços por aqui, aliás nem a Suíça existia. A terra a que hoje chamam Suíça viria a nascer muitos milhões de anos mais tarde. Parece uma historia estranha, mas é verdade. Hoje contam-se muitas histórias fabulosas com gigantes capazes de todas as proezas, de voar no espaço, derrubar monstros, atravessar os mares como um raio de luz, a imaginação não tem princípio nem fim. E no entanto, nenhum gigante jamais foi sonhado como aquele que trouxe estas pedras até aqui.

Nesta altura das palavras do contador de histórias os nossos três amigos tinham-se sentado à volta dele para saber quem era o tal gigante. O contador de histórias fez uma breve pausa e depois continuou:

- Esse gigante vive no centro da Terra, esta Terra onde nós vivemos e que entre os mares tem continentes, sítios onde hoje não chegam as águas do mar mas há milhões de anos chegavam. Aqui, há milhões de anos, acreditem, chegavam as águas do mar.

- E para onde foram essas águas? – quis saber o Jack

- Já te explico, continuou o contador de histórias. Há milhões de anos o gigante, que está no centro da Terra, um dia ao acordar espreguiçou-se. Quase toda a gente se espreguiça quando se levanta, não é?, estendemos os braços, bocejamos, aahh!, e ficamos melhor acordados. Foi o que aconteceu com o gigante que está no centro da Terra. Como era a primeira vez que isso acontecia, espreguiçou-se muito, muito, muito, mais do que devia por que empurrou a terra para cima, tanto, tanto, que aonde estavam águas do mar passaram a estar montanhas. Essa é razão porque estas montanhas têm seixos e conchas que pertenciam aos mares.
Experimentem vocês empurrar a roupa da vossa cama para cima e verão que também constroem montanhas.
- Mas essas não são montanhas, são muito pequenas para serem montanhas, disse o Jeff muito satisfeito consigo próprio por ter podido contrariar o contador de histórias.
- São pequenas claro, muito pequenas mesmo, mas vocês não são gigantes, pois não?- disse o contador de histórias e todos concordaram.

- E para onde foram as águas? – perguntou o Jack, mais entusiasmado que nunca com a história e por ter descoberto o mistério do Tierpark.

- Para o mar, claro! respondeu o contador de histórias. E acrescentou: As águas correm sempre para o mar, porque o mar está mais baixo que a terra, muito mais baixo que as montanhas, as águas correm sempre para os sítios mais baixos, não é verdade?

Todos concordaram.

- Mas as histórias do gigante do centro da terra não ficam por aqui. Há muitas. Tantas que ninguém sabe quantas. Nem mesmo os mais velhos.



Wednesday, November 09, 2005

 

MIGUEL, TELEFONOU O JACK !



Estava eu a podar uma cerejeira, uma cerejeira dá cerejas, sabes o que são cerejas não sabes? quando telefonou o Jack.

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Hello, Rui! Fala o Jack!

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Sabes quem é o Jack, o irmão do Joe, amigo do Miguel!?

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Eh! Eu sou o Jack, nasci a semana passada, ainda sou pequenino, é por isso que não me deves conhecer. O Miguel tem dois amigos virtuais, daqueles que a gente inventa, os escritores que escrevem histórias então são especialistas a inventar gente, aliás se não existissem pessoas inventadas não se podiam inventar histórias, não é? Os amigos virtuais do Miguel são o Joe e o Jeff. Eu sou irmão do Joe, sou o Jack, já te disse, não disse? Também sou virtual, claro.

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Há dias soube que vão todos à Suíça. Vai o Miguel e a Rita, com a Momi e o Papi. O Joe e o Jeff também vão, eu é que não! Não vou porque já lá fui e não me apetece ir lá outra vez. Faz lá um frio! Quem te avisa teu amigo é: disseram-me que a Avó e o Rui também vão estar na Suíça e eu quero avisar-vos que o melhor é levarem roupa como se fossem para o Pólo Norte, ou para o Pólo Sul, tanto faz.

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Pois eu soube há dias que iam encontrar-se todos na Suíça com o Tio Pedro e a Tia Corine que vivem em Luzerna, aquilo é muito bonito, é sim senhor, mas faz um frio, já vos disse, depois digam que não vos avisei.

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Foi quando a Momi disse ao Miguel que, se não deixasse de chuchar no dedo, não iria à Suíça, que eu soube da viagem. Fui deitar-me a pensar no assunto e daí a pouco perguntei ao Joe e ao Jeff se não queriam ir comigo à Suíça naquela noite mesmo. O aeroporto fica ali próximo, quase que se podia mesmo ir a pé. Eles aceitaram e lá fomos. O Miguel e a Rita não foram porque tinham ido jantar a casa da Clara e da Ana. Levámos também o Bat, o Spyder, o Bud, o Woody, o Caiou não quis ir, disse que tem medo de andar de avião. Eu também tenho medo de andar de avião, mas à Suíça não se pode ir de autocarro, nem de metro, nem de comboio, nem de barco, a pé também não, tivemos que ir de avião.

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Lá fomos. Já a bordo, quando chegou a hora de jantar, a hospedeira perguntou “chicken or beef” e o Joe disse “chocolate”, a hospedeira sorriu e disse “sorry, não servimos chocolate”. Aí o Joe sentiu-se enganado porque tinha embarcado com a promessa de poder comer todo o chocolate que lhe aparecesse. A Suíça é a terra do chocolate, mas ainda não tínhamos desembarcado na Suíça. Comemos chicken.

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Quando desembarcámos na Suíça estava muito frio e o Joe disse, “quero voltar já para casa”, mas não era possível. E fomos até á cidade.

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Estava um dia lindo, muito sol num céu sem nuvens. À volta de um lago, mas um lago grande, muito maior que o Lake Ane, muito maior mesmo, rodeado de montanhas, todas pintadas de neve branca. As montanhas são muito, mas mesmo muito mais altas que aquelas que se vêm quando vamos a Lexington, a casa da Oichani e da Saara.

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Fomos dar uma volta de barco pelo lago, o Joe não parava de perguntar quando é que podíamos comer chocolate. Depois fomos até às montanhas, cobertas de chocolate branco, pensava o Joe, porque nem todo o chocolate tem cor de chocolate, sabias? Também há chocolate branco, pois há sim senhor.

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Divertimo-nos imenso mas montanhas e andámos a esquiar.
Quem esquia melhor é o Spyder, o Bat também, o Bud e o Woody nem tanto, o Jeff não quis experimentar, o Joe ficou muito excitado porque tinha ali mesmo em frente uma imensidão de chocolate branco, era só querer, pensava ele, eu não pude esquiar porque não havia equipamento que me servisse, o instrutor disse-me “cresce e aparece”, tenho que voltar lá para o ano.

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Estava tudo a correr às mil maravilhas quando o Joe com a excitação se deixou levar por um vale abaixo, deu um salto enorme, o Spyder e o Bat foram lá para o agarrar, mas chegaram tarde e o Joe bateu num ramo de uma árvore, fez um grande balanço, e catapultou-se pelo espaço fora.
Telefonou-nos mais tarde a dizer que tinha aterrado em Reston, imagina.

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De modo que quando voltámos, já era de manhã, o Miguel estava quase a acordar, a Rita já estava a rezingar, e nós ficámos na cama porque estávamos ainda com muito frio e cansados com as peripécias da viagem.

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De modo que não se esqueçam: levem agasalhos, na Suíça nesta altura do ano faz um frio que só é bom … para ao Suíços.




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